Comentário Capitulo 4 – Comunidades Virtuais ou sociedade de Rede? pp. 98-111 Uma galáxia é um grande aglomerado de bilhões de estrelas e outros objetos astronômicos (nebulosas de vários tipos, aglomerados estelares, etc.), unidos por forças gravitacionais e girando em torno de um centro de massa comum. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Galáxia) Através de pesquisas efectuadas e apresentação de diversos dados, Manuel Castells elabora neste livro uma análise ao desenvolvimento da Internet e da sociedade actual, evidenciando a forma como, com os recursos proporcionados pela Internet, nos tornámos inevitavelmente num aglomerado de bilhões de indivíduos relacionados e integrados numa rede global No capítulo 4, deste livro, “Comunidades Virtuais ou sociedade de Rede?”, Manuel Castlls aborda a influência da Internet na sociedade actual e nas suas interacções, clarificando alguns aspectos e desmistificando alguns preconceitos procurando contribuir para a compreensão das novas formas de sociabilização proporcionada pela “Rede”. Com o suporte de vários estudos, Manuel Castells expõe como o uso da Internet è em grande parte direccionado para actividades ligadas “ao trabalho, à família e à vida quotidiana” (Anderson e Tracey, 2001; Howard, Rainie e Jones, 2001), contribuído para o fortalecimento de relações sociais, referindo também outros autores cujos estudos concluem que o uso da Internet potencia uma tendência depressiva individual e pode ser um factor de dessocialização. Manuel Castells refere uma sequência de estudos de Barry Wellman e colegas que revelam um “efeito cumulativo positivo entre intensidade do uso da Internet e densidade das relações sociais” e, afirma neste capítulo, que: “se alguma coisa pode ser dita é que a Internet parece ter um efeito positivo sobre a interacção social e tende a aumentar a exposição a outras fontes de informação.” (Castells, 2001, p.102). Através da análise de outros estudos e experimentações com utilizadores e não-utilizadores, constatou-se também que os utilizadores de Internet mantinham relações mais estreitas entre si e se encontravam mais informados acerca da actualidade dos que os não-utilizadores.
Por outro lado, são referidos neste capítulo outros estudos que fortalecem a ideia do efeito isolador e da contribuição negativa da Internet na sociabilidade. Castells refere no entanto que estes estudos muitas vezes são interpretados sem ter em conta ou mesmo em “acentuado contraste com a maior parte dos indícios disponíveis, focando entre outros o exemplo do “extremamente difundido” estudo de Pittsburgh, realizado por Kraut et al (1998) com uma amostra de 169 famílias durante os dois primeiros anos de experiência de comunicação mediada por computador, em que se verificou o declínio de comunicação dos participantes com os membros da sua família associados ao maior uso da Internet o que sendo certo, tem de ter em conta o facto de que as famílias em estudo estarem a usar a Internet pela primeira vez o que implica que alguns efeitos observados poderem ter origem na inexperiência do uso, ou mesmo à novidade e não ao seu uso já assumido. Castells considera assim que “de um modo geral, o corpo de dados não sustenta a tese de que o uso da Internet leva a menor interacção social. Há indícios porém, de que, sob certas circunstâncias, o uso da Internet pode servir como um substituto para outras actividades sociais.” (Castells, 2001, p.104). A utilização da Internet potência uma alteração do paradigma das relações sociais em que a comunidade local e a relação de proximidade, fundamental antes do desenvolvimento das comunicações e mesmo do telefone, e dá lugar a relações com base em afinidades, onde a relação espacial è menos importante. Castells , baseado em estudos de Barry Wellman e colegas e pelo Internet and American Life Project (2000) do Pew Institute, refere que em virtude da forma como as pessoas se ligam e desligam da rede e mudam de interesses, raramente no entanto se constroem relações pessoais duradouras, è no entanto um meio eficaz para a manutenção de laços sociais débeis que de outro modo, se perderiam, pela necessidade ou implicação de eventuais constrangimento de deslocação ou utilização de outros meios físicos, menos práticos de contacto. Os diversos estudos demonstram também que a Internet pode contribuir também para manter os laços fortes à distância com a utilização do correio electrónico que potencia nomeadamente as relações familiares, não só minimizando distâncias como também, mesmo sem grande envolvimento, proporcionar condições de estar minimamente presente, potenciando o desenvolvimento das competências sociais e padrões de sociabilidade com base no individualismo. Castelles, cita Wellman (2001) que afirma que “redes sociais complexas sempre existiram, mas desenvolvimentos tecnológicos recentes na comunicação permitiram seu advento como uma forma dominante de organização social” o que indicia que as comunidades on line, para além de inovar a forma de socialização funciona como meio de desenvolvimento de um novo padrão social: o “individualismo em rede”.
Minha Aldeia é todo o mundo Todo o Mundo me pertence Aqui me encontro e confundo Com gente de todo o mundo Que a todo o mundo pertence” (António Gedeão)
Bibliografia e URL de imagens Galáxia da Internet - Reflexões sobre a Internet, os Negócios e a Sociedade (Capítulo 4) Manuel Castells, 2001 Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro em 2003. Wikipedia http://www.pt.wikipedia.org Manuel Castells http://cdn2.wn.com/vp/i/45/cde3a75ba6ea5c.jpg Galaxia da Internet http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQgwAVb6cdpV29PxjpJMgnTOnuPXponRFb3D7-N1oDHn4V925E_rQ Teia de Aranha /Rede http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTTymqkq4NDLEuxT0oJzd0bigJnlKKq2xCgC5grINJ1hTR1bORm Espiral http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQsUjtKSe4l8PffNmwCGD0r9uWJvOdgUOCRQWjiMoGwK1Ol46oZNZXAwCFywA
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